Esta importante notícia marca à história da indústria vinícola chilena e tem a Viña Carmen, como a vinícola mais antiga do Chile e principal protagonista desta redescoberta. Hoje o Chile é o país com mais hectares de Carménère do mundo que produz o maior número de garrafas com esta variedade –
Este ano completa 22 anos desde que o ampelógrafo francês, Jean Michel Boursiquot, decidiu investigar a fundo as uvas que teimavam em amadurecer tardiamente nos vinhedos chilenos de Merlot. Boursiquot fez uso da engenharia genética – na época, uma novidade no campo da vitivinicultura –, para fazer sua descoberta. Misturada às uvas Merlot ele identificou a Carménère. A variedade, originária de Bordeaux, foi dada como extinta quando a filoxera dizimou os vinhedos da Europa na segunda metade do século XIX. Os vinicultores franceses já conheciam os baixos rendimentos da Carménère e o desenvolvimento tardio de seus frutos. Por isso, quando começaram a recuperar os vinhedos após a crise da filoxera, não se preocuparam em resgatar a Carménère, fazendo o replantio com enxertos de plantas mais produtivas. Muito provavelmente, as mudas de Carménère chegaram ao Chile no século XIX (1840-1890) misturadas à outras variedades francesas pelas mãos de produtores imigrantes. Anos mais tarde começaram a comentar que o Merlot que se fazia no Chile era muito diferente e com caraterísticas especiais. Inclusive se falava no mundo que o Merlot chileno tinha uma diferença marcante em relação a Merlot da França. No começo foi um escândalo para a indústria do vinho e a Viña Carmen, onde se redescobriu a identidade da uva, empenhou-se em divulgar a redescoberta e decidiu comercializar o vinho ao mercado como “A variedade de Bordeaux que ninguém mais tinha”.
Em 1996, lançou o Carmen Grand Vidure-Cabernet Reserve, o primeiro vinho chileno a trazer no rótulo o nome da Carménère – quase isso, já que “Grand Vidure” é um outro nome para a Carménère. Jean Michel Boursiquot e plantação da variedade carménère Isso mudou para sempre a indústria do vinho chileno, razão pela qual, decidiu promover o dia 24 Novembro como Dia Mundial Carménère, convidando a todos os amantes do vinho a comemorar esta importante data que se tornou a oportunidade de homenagear esta variedade esquecida no mundo. Hoje o Chile é o país com mais hectares de Carménère do mundo e com maior número de garrafas com a variedade. Se tornou uma uva emblemática do país, devido à sua importância, originalidade e a contribuição para mercado mundial do vinho. Em comemoração a redescoberta da uva, a vinícola produziu o vinho Lustros, elaborado com uva Carménère plantadas em Alto Jahuel, o mesmo terroir onde foi identificada. Lustros significa um período de 5 anos e o IIII Lustros é uma referência ao aniversário de 2 décadas do redescobrimento da Carménère.
Fontes: Viña Carmen/Mistral importadora