Acredite: nem sempre os vinhos “Reserva” são os melhores… By Jeriel da Costa • abr 9, 2018 • No comments Uma das dúvidas recorrentes entre as pessoas que se iniciam no mundo do vinho é sobre a importância do termo “Reserva”. O que significa Reserva? Os vinhos Reserva são melhores? É uma garantia comprar um vinho Reserva? Essas perguntas mais do que um resposta geral precisam de uma explicação ampla, já que o termo Reserva não está amparado numa lei universal, eis que cada país o regula e o define. Então veremos que enquanto um Barolo Riserva na Itália deve amadurecer 62 meses na vinícola antes de sair ao mercado, a legislação do Chile estabelece apenas e tão-somente que o vinho deve ter ao menos 12% de álcool. Espanha Na Espanha criou-se uma hierarquia baseada no tempo que o vinho passa em barrica e garrafa antes de ser comercializado. Cada zona tem uma regulamentação específica e qualidades. Este esquema está sendo questionado já que a tendência atual cresce em buscar vinhos com menor influência da madeira, segue como referência predominante. Joven: são os vinhos que são elaborados para ser consumidos durante sua juventude. Recebem uma etiqueta que somente indica a data da colheita. Este selo também é conhecido também como genérico já que algumas bodegas não usam o termo “Joven” no rótulo de seus vinhos. Roble: esta menção não é comum a todas as zonas. É muito utilizada em Ribera del Duero e Toro. Na Rioja, se um vinho passou alguns meses em barricas mas não pelo tempo necessário para merecer a menção Crianza deve levar a etiqueta genérica, ainda que comercialmente se lhe denomine de “media crianza”. Crianza: vinho que passou 24 meses na bodega antes de ser comercializado, dos quais ao menos 6 meses devem passar nas barricas (de 225 litros de capacidade) e o restante em garrafa. Em La Rioja o tempo de barrica exigido é de 12 meses. Reserva: vinho que permaneceu 36 meses na bodega antes de ser comercializado, dos quais ao menos 12 meses em barrica é o resto em garrafa. Para brancos e rosados o tempo em barrica mínimo é de 6 meses. Gran Reserva: é o vinho que passou 2 anos na bodega antes de ser comercializado, dos quais ao menos 18 meses deve passar em barrica e o restante em garrafa. Em La Rioja o tempo de barrica exigido é de 24 meses. Também se utiliza o termo Reserva nos vinhos espumantes de qualidade. O Cava, que se produz principalmente na Catalunha, obtém esta categoria não por sua passagem por barricas senão pelo tempo que o vinho passa em contato com as leveduras depois da segunda fermentação. Assim um Cava Reserva deve ter entre 15 a 30 meses e um Gran Reserva mais de 30 meses. Itália: Na Itália as principais denominações de origem incluem Riserva relacionada com um envelhecimento mais prolongado. Alguns exemplos: Chianti Classico Riserva: enquanto o Chianti Classico normal deve ter um mínimo 12% de álcool e 7 meses de amadurecimento em carvalho, o Riserva deve passar 24 meses na bodega antes de sair ao mercado e ter um mínimo de 12.5% de álcool. Barolo: o Barolo Riserva deve ser envelhecido no mínimo por 62 meses, 18 dos quais devem ser em barricas. O Barolo normal o tempo total de envelhecimento é de 38 meses. Brunello di Montalcino: liberado para venda 5 anos depois da colheita dos quais ao menos o envelhecimento mínimo em madeira é de 2 anos. O Riserva deve sair depois de 6 anos. Taurasi: o Taurasi Reserva deve passar 4 anos de afinamento na bodega, dos quais ao menos 12 meses em madeira. Portugal: se há requisitos claros quanto ao mínimo de álcool, para que um vinho ostente a categoria Reserva (assim como Gran Reserva e outras) deve ganhar um selo todos os anos através da avaliação feita por um painel de degustação. Em outros países europeus, como Alemanha, Áustria ou Hungria, será muito menos comum e, se encontrado, o seu uso será puramente comercial. Cobertura fotográfica del circuito turístico cultural norte: Puerto Chicama Malabrigo, Caballitos de Totora Huanchaco, ciudadela de Chan Chan, Complejo Arqueológico El Brujo, Huaca de la Luna y arquitectura en la ciudad de Trujillo. Trujillo, La Libertad, feb 2008. Fotografía/Daniel Silva Perú A Normativa Técnica de Vinho, emitida pelo Indecopi em novembro de 2011 e que agora está nas mãos da INACAL, indica as menções que o vinho pode possuir quanto ao amadurecimento em madeira: Crianza: envelhecimento de 24 meses com um mínimo de 18 meses em barricas de carvalho entre 225 e 330 litros: para brancos e rosados um mínimo de 18 meses, com ao menos 6 meses de barricas. Reserva: envelhecimento de 36 meses com um mínimo de 18 meses em barricas de carvalho. Para brancos e rosados um mínimo de 24 meses, com ao menos 6 meses de barricas. Gran Reserva: envelhecimento de 60 meses com um mínimo de 6 meses em barricas de carvalho entre 225 e 330 litros: para brancos e rosados um mínimo de 48 meses, com ao menos 6 meses de barricas. Esta norma não é vinculante e requer atualização para incorporá-la em alguma lei do vinho que permita a criação de categorias claras. Essas categorias são necessárias? Podemos incluir a menção roble? Chile No país do Sul-americano, os requisitos são bastante elásticos. Para colocar Reserva no rótulo, basta que o vinho tenha 12% de álcool. No caso do Gran Reserva, o álcool deve ser 12,5% e, embora seja indicado que deve ter algum amadurecimento em carvalho, o tempo não é especificado. Na verdade, muito poucos dos grandes vinhos chilenos ostentam essas classificações. Argentina Reserva: Elaborado com uvas de qualidade em uma relação de 100 lt/135 kg, com amadurecimento mínimo de 12 meses para tintos e 6 meses para brancos ou rosados. Gran Reserva: Elaborado com uvas de qualidade em uma relação de 100 lt/140 kg, com amadurecimento mínimo de 24 meses para tintos e 12 meses para brancos ou rosados. Deve-se ter em mente que não se especifica em que tipo de recipiente pode ocorrer o amadurecimento; pode ser uma barrica, tonel ou tanque de aço inoxidável, se desejado. Nos Estados Unidos, Canadá, Uruguai, Nova Zelândia e Austrália e África do Sul, o uso do termo Reserva é um pouco como na França, ou seja, é mais parte da marca do que uma menção legal. Texto de Carlos de Piérola – Fonte: http://semanaeconomica.com/laproximacopa/2017/10/25/los-vinos-reserva-no-son-siempre-los-mejores/ OMBRA traz a São Paulo nova proposta de bar de vinhos Os 10 vinhos mais caros de Rioja em 2018 (Visited 250 times, 1 visits today) Category: Artigo
Texto de Carlos de Piérola – Fonte: http://semanaeconomica.com/laproximacopa/2017/10/25/los-vinos-reserva-no-son-siempre-los-mejores/