Afinal, qual o papel da rolha e quais são os tipos mais indicados?

Sommelier Eliton Bertoli aponta como este pequeno item de garante a segurança e a qualidade do produto final –

Elas estão por toda parte, sendo usadas como itens de decoração e encantando consumidores com seu barulho característico que “avisa” que o vinho foi aberto e está apto a ser consumido. Porém, mais do que vedar a garrafa, a rolha mostra-se como um dos itens mais importantes na finalização da produção de um vinho. Isso porque, segundo o sommelier da Vinho & Ponto, Eliton Bertoli, dependendo de sua matéria-prima, ela influencia diretamente no sabor e é um dos indicadores da qualidade da bebida.

As de cortiça (feitas 100% de cortiça natural), por exemplo, têm seu espaço garantido entre as vinícolas devido à sua impermeabilidade, durabilidade, elasticidade, porosidade, leveza e capacidade protetora. Porém, ele lembra que existem diversas opções no mercado que também cumprem esta função, como as sintéticas (à prova de fungos, mas não podem vedar a garrafa após sua abertura), as screw-cap (dispensa saca-rolha e impedem a entrada de oxigênio, porém, só são utilizadas em vinhos que não continuam seu processo de amadurecimento na garrafa), as aglomeradas (opção mais barata, utilizada em bebidas mais simples) e as mistas (feitas com cortiça pura nas extremidades e com miolo de cortiça aglomerada).

“As rolhas são importantes e nos ajudam a identificar se o vinho foi comprometido pelo ‘sabor de rolha’, se sofreu alteração devido ao armazenamento incorreto, ocasionando o ressecamento da rolha e consequentemente entrando ar causando a oxidação, por exemplo. Sugiro, sempre que possível, cheirá-la antes da degustação. Ela deve estar com um aroma agradável. Também vale a pena checar se há dados do fabricante impressos na rolha. Isso garante a procedência do vinho”, explica.

Parede de restaurante decorada com rolhas usadas
Parede de restaurante decorada com rolhas usadas

O temido “Sabor de Rolha”

Os apreciadores de vinho temem o conhecido e desagradável “Sabor de Rolha”.  “Isso acontece quando há um erro no armazenamento e produção, porque as soluções usadas para esterilizar a rolha entram em contato com o vinho, que, por consequência, acaba produzindo uma substância chamada TCA, alterando todo o vinho. É possível até mesmo a rolha mofar, por razões diversas, comprometendo o sabor e a qualidade. O barril utilizado na adega também pode estar entre os possíveis responsáveis por esse desagradável sabor. Infelizmente, só é possível identificar ao abrir a garrafa ou dar o primeiro gole”, explica.

Confira as dicas de Eliton Bertoli para identificar se a bebida está ou não com o aroma alterado.

– Pedaços de rolha na bebida não significam que há “Sabor de Rolha”;

– O odor é bem característico, lembrando itens embolorados ou mofados;

– O gosto muito amargo habitualmente caracteriza que algo está anormal;

Essas e outras dicas podem ser tiradas com o especialista.

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