Enrique Tirado, enólogo do Don Melchor desde 1997, tem trabalhado intensamente na divisão dos vinhedos em pequenas parcelas buscando as melhores uvas de cada lote. Os vinhedos estão setorizados e são adotados todos os procedimentos que auxiliam na plena maturação das uvas eis que são realizadas pequenas podas à medida que vão ficando prontas e portanto maduras para serem colhidas; mais de cem amostras são colhidas para se chegar na mescla final que sempre tem um pequeno percentual de Cabernet Franc. Atualmente, seu estilo está mais internacional, com uma boca mais elegante decorrente da diminuição das sugestões mentoladas muito presentes em alguns cabernets chilenos. Por fim, Tirado esclarece que a cada nova safra o Don Melchor pretende ser um retrato fiel, a expressão máxima do melhor que se pôde fazer naquele ano e também salientou que está diminuindo a diferença qualitativa entre safras pares e ímpares por conta dos avanços tecnológicos (cabe aqui uma pequena observação: no Chile normalmente as safras ímpares são consideradas, de maneira geral, superiores às pares, porém, os vinhos dessas safras podem ser bebidos mais cedo).
Don Melchor 2006 –
Origem: Chile – região: Puente Alto/Maipo – safra: 2006 – álcool: 14,5% – Variedades: Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc (4%) – preço médio: R$ 350,00 – importador: VCT Brasil – Vermelho–rubi intenso, profundo, brilhante com reflexo granada. O nariz abriu lentamente após sessenta minutos de decantação e mostrou uma paleta aromática complexa com notas balsâmicas, licor de cassis, frutas vermelhas, toques tostados, tabaco sobre um fundo de madeira nobre (cedro). Após duas horas sustentou esses aromas e mais uma vez as tradicionais notas de compota não se fizeram presentes. Na boca as sensações olfativas foram plenamente subscritas. O álcool elevado está integrado e não sobressaiu-se, ótima acidez (gastronômica), taninos presentes, macios e de fina textura. Trata-se de um vinho maduro, sem arestas, elegante, pronto para ser bebido, cuja densidade e largueza no meio de boca lhe conferem excelentes perspectivas de evolução na garrafa. Termina longo, intenso e deixa uma nota frutada no retrogosto; se já dá prazer agora, sua maior característica é o que pode oferecer ao degustador no futuro (no mínimo oito/dez anos de vida pela frente). Decante-o por uma hora, no mínimo, antes de servir. Um dos melhores Don Melchor de safra “par” já provado, tanto é que cravou 95/100 pts. na Wine Advocate de Robert Parker (30.04.2009) e 94/100 pts. na Wine Spectator (31.03.2009) degustado em 10.10.2010. Avaliação: 92-93/100 pts.++