Enólogo Rafael Urrejola: “o Chile está começando a colher o que semeou”

Enquanto os produtores de vinhos se movem para fazer verdadeiras expressões do terroir, os produtores chilenos estão começando a colher o já semeado. É o que disse Rafael Urrejola, Enólogo da centenária vinícola Undurraga.

Falando ao The Drinks Business (TDB) durante uma recente viagem ao Chile, Urrejola disse: “O Chile está na fase de transição daqueles que começam a seguir o caminho do terroir. Os melhores vinhos do mundo provêm de locais específicos. A maioria dos vinicultores no Chile está trabalhando para fazer vinhos com um sentido de lugar agora, mas leva tempo para realmente ter um senso de origem desses lugares – a idade da videira e uma verdadeira compreensão do solo ajudam”.

“Quando comecei, a maioria dos tintos eram blends do Vale Central – as uvas do Maipo eram misturadas com uvas de Marchigüe – eram vinhos agradáveis, mas não tinham senso de lugar“.

“O vinho é um jogo lento – se você quiser ver resultados imediatos, vá trabalhar no mercado de ações, todavia, já estamos começando a colher o já semeado e é hora de mostrar ao resto do mundo isso”.

“Tudo realmente está no lugar certo para desenvolver esses novos terroirs que descobrimos e usar os clones mais adequados neles”.

Urrejola foi um dos primeiros produtores de vinhos a “empurrar” os limites da viticultura no Chile para outras regiões com a série de vinhos Terroir Hunter da Undurraga, de grande aceitação popular.

Agora, Urrejola cita o Vale de Itata (Sul do Chile) como um dos lugares mais excitantes para elaboração dos “old wines”, mas a inovação também está fazendo uma estrela: Cauquenes.

“Cauquenes é conhecida por seus vinhos tintos, mas estamos fazendo um Viognier de textura agradável, maduro, mineral e de caráter frutado”, disse a TDB.

“Nós também fizemos um 100% Grenache de vinhas de 80 anos de idade enxertadas da variedade País, que temos grandes expectativas. Fiz isso em um estilo leve usando maceração carbônica. Tem muita textura e caráter – o da safra 2016 parece fantástico!!” salientou Rafael Urrejola.

“É muito importante que o Chile faça vinhos de pequenas produções experimentais de variedades menos conhecidas para atrair sommeliers, restaurantes e comerciantes independentes”, acrescentou.

Quanto à Pinot Noir, ele acha que o melhor ainda está por vir. “Nossas melhores vinhas de Pinot Noir são muito jovens no momento para mostrar o que realmente se pode fazer com elas. Elas foram plantadas no início dos anos 2000 e serão realmente interessantes quando tiverem mais idade “, disse Rafael.

“As melhores são plantadas com os clones certos pela costa chilena em Limarí e Casablanca”, acrescentou.

Trechos da matéria publicada no portal The Drink Business,  em 30 de agosto de 2017 – por Lucy Shaw

Imagem de Rafael Urrejola retirada do site Undurraga https://www.undurraga.cl/filosofia-enologica

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