Fudres no Chile: o retorno à origem frutada

Os fudres por anos foram recipientes usados e projetados para a guarda, fermentação e amadurecimento de vinhos antes de seu engarrafamento. Estes foram utilizados pela primeira vez no Chile, em meados do século XIX, quando eram importados da França, Iugoslávia e Alemanha.

Ao longo dos anos e em decorrência de questões comerciais com o mercado externo, os produtores chilenos se viram na necessidade de fazer seus próprios fudres. Estes foram construídos com madeiras nativas chilenas como raulí, com os quais foram obtidos resultados excelentes.

Durante as décadas de 1.980 e 1.990, a indústria chilena teve milhares de fudres de raulí, que tiveram de ser substituídos por barricas modernas, por prevalência de razões sanitárias. Além disso, a deterioração do material fornecido proporcionava sabores ruins aos vinhos, de acordo com relatos da experiência da Viña Morandé.

O que diferencia as barricas dos fudres?

Em primeiro lugar, o tamanho dista um do outro. As barricas tradicionais têm uma capacidade de armazenamento de 225 litros, com uma superfície de contacto com o vinho de 64 litros/m2. Enquanto que os fudres tem um volume de 4.000 litros de armazenamento e uma razão de 212 l/m2. Por conseguinte, o vinho em carvalho tem 3,3 vezes mais contato com a madeira que o fudre.

Outro contraste entre os dois é a espessura das aduelas. No caso das barricas são de 24 a 25 mm, enquanto que os fudres entre 55 e 60 mm, permitindo metade da oxigenação proporcionada pelas barricas.

É também importante notar que a evolução do vinho em barrica é três vezes mais rápida graças às características estruturais do recipiente. Além disso, a barrica expele sabores mais lenhosos como baunilha, canela, cravo e café, os quais são transferidos para o vinho.

Isto redunda na oposição de sabores entre o vinho fermentado e o armazenado em barricas e fudres, onde o resgate realizado pela Vina Morandé em seus últimos vinhos, fez com que retornassem características frutais e mais frescas aos vinhos, evitando o excesso de madeira, diferenciado assim as linhas Gran Reserva e Edição Limitada dos produtos de outras vinícolas.

Fonte e crédito da imagem de abertura: http://www.megustaelvino.cl/blog/?p=1653

Aresti Merlot e Sémillon
Grupo chinês comprou as vinícolas chilenas Indómita, Santa Alicia e Dos Andes.
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