A importadora Mistral realizou, no último dia 10 de maio, quinta-feira, na sala Mistral Eventos, sita à Rua Rocha, 288, cj 11, Bela Vista – degustação informal de vinhos recém-chegados ao catálogo da importadora. Puderam ser provados mais de 20 rótulos de produtores e diferentes países. Da Espanha, o branco, o rosé e o tinto da vinícola Vinyes Compte, novo projeto dos proprietários do Clos Figueras, na região catalã de Montsant, vizinha ao Priorato. Do Chile, o rosé da Viña Carmen e o esperado Red Blend (corte de Syrah, Carménère, Merlot e Cabernet Sauvignon) da Lapostolle. Da França, as novidades são os tintos de J. Drouhin e Faiveley (Borgonha) Deiss (Alsácia) e Mas de Daumas Gassac (Languedoc). Da Argentina, a nova linha Padrillos de Ernesto Catena/Tikal. De Portugal, brancos e tintos da Herdade de Coelheiros (Alentejo) e Quinta do Côtto (Douro) e da Austrália, o rosé da M. Chapoutier. A seguir descrições e avaliações dos vinhos degustados:
Bodega Luzón Alaja Blanco 2016 – Álcool: 12% – Região: Jumilla/Espanha – Variedade: Airén – preço: US$ 14,50 – A Airén é a variedade branca mais cultivada na Espanha e uma das mais cultivadas no mundo. Análise organoléptica: palha quase translúcido. Aromas abertos de nítido perfil floral secundado por notas frutadas. Boca macia, fluída, com boa viscosidade e razoável complexidade. Termina medianamente persistente. Avaliação: 87/100 pts.
Bodega Luzón Alaja 2016 – Álcool: 12% – Região: Jumilla/Espanha – Variedade: Monastrell – preço: US$ 14,50 – a Monastrell é uma variedade tânica por vocação. Vai muito bem nos blends com outras variedades. Análise organoléptica: intenso na cor vermelho-rubi violáceo, aromas pouco intensos de fundo herbáceo, taninos de boa qualidade ostentando alguma maciez, acidez média, álcool integrado e persistência média. Tem relação preço-qualidade. Avaliação: 86/100 pts.
Finca La Solana de Luzón 2016 – Álcool: 14,5% – Variedade: Monastrell – Região: Jumilla – Preço: US$ 19,50 – vermelho-rubi intenso. Nos aromas a fruta madura domina mas o perfil é unidimensional. Na boca subimos um degrau. Taninos presentes de boa qualidade. Álcool elevado, acidez média num tinto encorpado, crocante e de boa tipicidade. Avaliação: 87/100 pts.

Coelheiros Branco 2016 – Álcool: 13% – Região: Alentejo – Variedade: Arinto – Preço: US$ 45,00 – o Alentejo é uma região produtora de Portugal que se notabiliza pela excelência dos vinhos tintos, mas de algum tempo pra cá os brancos começam a ganhar qualidade, principalmente os elaborados com as variedades Arinto e Antão Vaz. É o caso deste Coelheiros, elaborado exclusivamente com a Arinto, de ótima qualidade cujo preço no nosso modesto entendimento se apresenta um pouco elevado. Análise organoléptica: palha esverdeado. Aromas complexos com sugestões de frutas de caroço (pêra, melão) sobre uma reminiscência de baunilha. Boca no mesmo diapasão, com boa fruta e razoável frescor. Tem boa acidez, mas a doçura tira um pouco do equilíbrio do vinho, não o suficiente para prejudicar o conjunto. Termina sem amargor. Avaliação: 87/100 pts.
Coelheiros Tinto 2016 – Álcool: 14% – Região: Alentejo – Variedades: Aragonez e Alicante Bouschet – Preço: US$ 45,00 – este tinto é o “entry-level” da Tapada de Coelheiros, elaborado com duas das melhores variedades típicas da região. Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso. Aromas complexos com frutas negras, especiarias e toques de tabaco. No paladar exibiu taninos texturados, álcool generoso, acidez plena e boa expressão frutal. Um tinto de personalidade, de um produtor de respeito, que vale à pena ser conhecido. Jovem, deve ganhar harmonia na garrafa nos próximos meses. Avaliação: 89/100 pts.+
Poblets del Montsanto Rosado 2016 – Álcool: 13% – Região: Montsant/Espanha – Variedades: Garnacha Negra – Preço: US$ 49,90 – do mesmo produtor do festejado Clos de Figueras, este Rosé salgadíssimo no preço, mostrou-se tecnicamente correto no paladar, com aromas de frutas vermelhas, muito fresco, acidez plena, corpo leve, mineral, frutado, praticamente sem arestas, servindo como acompanhamento para saladas e pratos leves. Avaliação: 87-88/100 pts.
M. Chapoutier Mathilda Grenache Rosé 2016 – Álcool: 12,5% – Região: Austrália – Variedade: Grenache – Preço: US$ 31,90 – produzido com a prolífica e versátil Grenache, este rosé de perfil nitidamente mediterrânico arrancou muitos elogios na degustação. E não foi por menos. Vamos à sua descrição: coloração brilhante de tonalidade salmonada, o ataque aromático é bastante agradável com a fruta vermelha despontando. No paladar exibiu corpo médio, álcool correto e dotado de boa fruta, mas destacou-se naquela característica mais esperada do rosé: balanço, frescor e fluidez no paladar. Poderia ter mais corpo, mas a boa acidez faz a sua parte. Avaliação: 89/100 pts.
Paço de Teixeró Avesso 2016 – Álcool: 11,5% – Região: Vinhos Verdes – Variedade: Avesso – Preço: R$ 49,90 – Segundo a CVRVV, a Avesso é uma variedade portuguesa particularmente cultivada na sub-região de Baião, mas que dada a sua alta qualidade, tem sido cultivada em sub-regiões limítrofes como a de Amarante, Paiva e Sousa. Produz vinhos de cor intensa, palha brilhante, com reflexos esverdeados, aroma misto entre o frutado (laranja e pêssego), o amendoado (frutos secos) e o floral, sendo o caráter frutado dominante, delicado, fino, aveludado e complexo, sendo o sabor frutado, com ligeiro acídulo, fresco, harmonioso, encorpado e persistente. Estas potencialidades de aroma e sabor revelam-se somente alguns meses após a vinificação. Análise organoléptica: palha esverdeado. Aromas complexos com notas de frutas tropicais maduras: pera, maçã e melão. No paladar tem volume, acidez, fruta e mineralidade. Encorpado, não é um branco para principiantes, mas tem inegável vocação gastronômica e um final rústico, que irá agradar aos mais experientes. Avaliação: 90/100 pts.
Inama Soave Classico 2015 – Álcool: 12% – Região: Vêneto – Variedade: Garganega – Preço: US$ 45,50 Palha claro esverdeado. Aromático, exibiu notas florais e cítricas. Na boca, agrada por sua intensidade, balanço e frescor, alternando notas cítricas e minerais com alguma elegância e o principal: sem nenhum amargor. Avaliação: 89/100 pts.
Faiveley Bouzeron 2015 – Álcool: 12% – Região: Borgonha – Variedade: Aligoté – Preço: US$ 52,90 – A variedade Aligoté é típica da Borgonha e enseja um vinho apropriado para acompanhar aperitivos, mariscos e queijos. Análise organoléptica: palha claro. Nos aromas a nota de fruta madura sobressai ao lado de tons minerais. Boca fina, cítrica, com a mineralidade se destacando neste branco de grande estrutura, acidez delicada, álcool integrado a consolidar um conjunto cheio de finesse, volumoso e persistente. Avaliação: 90/100 pts.
Ernesto Catena Padrillos Pinot Noir 2016 – Álcool: 13% – Região: Vista Flores/Tunuyan/Gualtallary/Mendoza – US$ 25,90 – Pinot Noir elaborado com o famoso clone 777 de vinhedos cultivados a 1.300 metros de altitude, o mosto fermentou por 24 dias com leveduras selecionadas e em seguida, o vinho amadureceu dez meses em barricas de carvalho francês (90%) e americano (10%). Análise organoléptica: vermelho-rubi brilhante de média intensidade. Aromas típicos da variedade com cerejas e morangos em profusão sobre um discreto toque chocolate. Na boca sua entrada revelou um vinho balanceado, de taninos finos, acidez pulsante e bom entrosamento entre fruta e madeira. O álcool integrado ensejou um vinho flexível, fresco, prazeroso, fácil de gostar. Avaliação: 89/100 pts.
Ernesto Catena Padrillos Malbec 2016 – Álcool: 12,5% – Região: Vista Flores/Tunuyan/Gualtallary/Mendoza – Preço: US$ 25,90 – vermelho-rubi brilhante de boa intensidade. Aromas típicos com o floral típico da variedade secundado por notas de frutas vermelhas e negras. Na boca sua entrada revelou um vinho balanceado, longe do estilo potente da maioria dos Malbecs: ao contrário, aqui temos um exemplar “feminino”, comedido, agradável, de acidez pulsante, para ser bebido aos golões, sem excesso de álcool, madeira, etc.. enfim um tinto prazeroso, fácil de beber e de gostar. Avaliação: 89/100 pts.
Mas de Daumas Gassac – Moulin de Gassac Pinot Noir 2016 – Álcool: 12,5% – Variedade: Pinot Noir – Preço: US$ 34,50 – No Sul da França a Pinot Noir adquire uma feição bem distinta da Borgonha. Aqui essa variedade dá vinhos mais concentrados e potentes e com este não foi diferente. Na taça coloração vermelho-rubi com reflexo violáceo de média intensidade. No nariz especiarias e frutas negras sobre toques ligeiramente herbáceos. No paladar taninos macios, álcool+ e acidez média/boa. Um vinho bem feito, de razoável tipicidade, mas bem longe dos Borgonhas. Avaliação: 88/100 pts.
J. Drouhin Morgon Hospices de Beleville 2015 – Álcool: 13% – Variedade: Gamay – Região: Borgonha – Preço: US$ 54,50 – Morgon – com mais de 1.000 ha em produção, é um importante cru de beaujolais e também um dos melhores, graças ao xisto e o granito do solo. Apesar de não ser o mais atraente dos vinhos quando muito jovem, o Morgon envelhece bem. Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso. Aromas típicos com fruta vermelha sobre um fundo que lembra cereja ao maraschino. Na boca, taninos maduros, acento mineral, acidez correta e final macio, delicado e sutil. Tem mais corpo do que o habitual e o sabor não lembra Gamay, mas o conjunto agradou bastante. Avaliação: 89/100 pts.
Speri Valpolicella DOC Classico 2016 – Álcool: 12,5% – Região: Vêneto – Variedades: Corvina Veronese (60%), Rondinella (30%) e Molinara (20%) – Preço: US$ 37,90 – vermelho rubi intenso com discreto halo granada em formação. No nariz os aromas são típicos com uma boa dose de frutas vermelhas – cereja e groselha. Na boca é um Valpolicella frutado, de taninos macios, corpo magro, persistência curta, que termina sem amargor ou qualquer rusticidade, só que mais uma vez o importador carregou no preço. Avaliação: 86/100 pts.


Castello del Terriccio Tassinaia 2014 – Álcool: 13,5% – Região: Toscana – Variedades: Cabernet Sauvignon e Merlot em partes iguais – Preço: US$ 109,50 – informa a Mistral que: “Merecedor da prestigiosa “stella” do guia Gambero Rosso, o Castello del Terriccio é um dos grandes nomes da Itália, responsável por alguns dos melhores e mais finos supertoscanos. Classificado com 94 pontos por Robert Parker, o classudo e elegante Tassinaia é uma soberba combinação Cabernet Sauvignon e Merlot, em um estilo entre os grandes vinhos de Bordeaux e os saborosos tintos da Toscana”. Análise organoléptica: vermelho-rubi intenso com reflexo violáceo e halo granada em formação. No nariz é intenso, com as apetecíveis notas frutadas e de especiarias sobressaindo, conferindo ao vinho uma elegância ímpar. Na boca apresenta os taninos imponentes da Cabernet Sauvignon suavizados pela fruta da Merlot. Álcool integrado (13,5%). Solidamente estruturado, dotado de camadas sobre camadas de sabores, é um vinho delicioso que confirma as altas pontuações da crítica internacional. Seu final é bastante longo e remete o degustador às sensações gustativas iniciais. Tem alta acidez que ajuda nas harmonizações à mesa. Um vinho hedonista, emblemático para ser bebido próximo dos 10 anos, mas é inegável o seu perfil moderno o que é bom porque já pode ser desfrutado, de preferência como acompanhamento de um Bisteca à Fiorentina. Avaliação: 94/100 pts.++.
Blandy’s Duke of Clarence Rich – Região: Ilha da Madeira/Portugal – Preço: US$ 52,50 – Álcool: 19% – Variedades: Malvasia, Tinta Negra e Mole – coloração âmbar brilhante intenso. Aromas complexos com as tradicionais notas oxidativas dos Madeiras acompanhadas de sugestões de hortelã, num perfil difuso a lembrar bolo inglês/pão de mel com boa sustentação na taça. Na boca subimos um degrau. O estilo é de um Madeira mais denso, mais quente, mais doce e de acidez intensa. Na boca é macio e encorpado com alguma salinidade. Termina elegante e fino, deixando no retrogosto notas de melaço de cana. É uma ótima companhia para harmonizações com chocolates em geral. Avaliação: 91/100 pts.++