Nove vinhos de Mendoza para descobrir Gualtallary

Deste lugar saem hoje alguns dos mais premiados e autorais vinhos argentinos; você tem que prová-los para conhecer este terroir –

Por Sebastián Ríos  | LA NACION

 

Atualmente a sub-região de Gualtallary, no Vale de Uco, está sendo considerada praticamente como sinônimo de qualidade. Sucede que esta pequena extensão de terra que se encontra dentro do departamento de Tupungato, Mendoza, se produzem alguns dos vinhos argentinos que mais reconhecimento estão obtendo dentro e fora do país; basta citar como exemplo  Gran Enemigo Gualtallary Single Vineyard 2010*, que obteve a pontuação mais alta da última revisão dos vinhos argentinos na Wine Advocate, a publicação do crítico norte-americano Robert Parker. *o exemplar da safra 2013 obteve 100 pontos da W. A. de Robert Parker em junho de 2018, trinta e dois meses após a publicação deste artigo.

Situada numa inclinação que desce da montanha, Gualtallary oferece alturas que vão dos 1.500 aos 1.100 metros sobre o nível do mar, solos de origem marinha com perfil de areia calcária e uma grande amplitude térmica. Todos esses elementos da natureza permitem obter vinhos que não somente acumulam prêmios e altas pontuações da crítica, se não que resultam ser alguns dos mais inspirados e pessoais que hoje se podem encontrar na Argentina. Vejamos então uma lista de alguns dos grandes vinhos que permitem entender por quê Gualtallary é hoje uma das “garotas mimadas” da vitivinicultura argentina:

1. Angélica Zapata Vineyard Designated Adrianna Cabernet Franc 2010, Bodega Catena Zapata ($ 1140). “Vinhos intensos e elegantes, com grande concentração e longitudinal”: assim define Alejandro Vigil, enólogo da Catena Zapata o que se pode esperar de Gualtallary. Este super alta gama é, segundo Vigil, “um vinho clássico bordalês, de grande caráter, frescura e longevidade. As características desta parcela permite obter uma acidez única que nos dá a possibilidade de constatar o real potencial de Gualtallary”.

2. El Enemigo Cabernet Franc 2010, Bodega Aleanna ($ 280). “Os vinhos em Gualtallary tem a particularidade de parecer uma faca: a longitude e acidez faz vinhos frescos e minerais. O balanço entre a acidez e o álcool é único e permite ter vinhos fáceis de beber com muito boa concentração”, conta Vigil, cujo projeto pessoal compartilhado com Adrianna Catena que deu a luz ao El Enemigo, um vinho “cult” para muitos, que reúne na taça todos esses atributos.

3. Demente Gualtallary 2013, Passionate Wine ($ 370). Na apresentação das novas safras de sua bodega realizada recentemente na vinoteca Mr. Wines, Matías Michelini resumiu o espírito deste vinho: “Queria um mapa de Gualtallary dentro da garrafa e para isso usei uvas de oito fincas localizadas em alturas diferentes, quatro de Malbec e quatro de Cabernet Franc”. E o resultado? Um vinho de acidez desafiante, qualificado como “outstanding” (excepcional) pela prestigiosa revista Decanter.

4. Otra Piel 2014, Gen del Alma ($ 260). Este incomum blend criado por Gerardo Michelini (irmão de Matías) e Andrea Mufatto combina Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir, destacando uma das características de muitos dos tintos de Gualtallary: certa austeridade que se traduz em elegância. Mas atenção! ….seu nariz austero e mineral oculta o que vem pela boca: notas herbáceas e de frutos negros e uma acidez que o torna enormemente suculento e que encerra um largo final de boca. No ano passado, Decanter inglesa também o classificou como “outstanding”.

5. Trapiche Terroir Series Ambrosía Malbec 2010, Bodega Trapiche ($ 500). Cada ano, Daniel Pi, diretor de enologia de Trapiche, seleciona os três melhores Malbec de cada safra para a linha Terroir Series. Tem muito pouco vinhedo para eleger, mas tanto a colheita 2010 (hoje no mercado) como a 2011 (pronta a sair), provém de Gualtallary. Pi destaca que um dos vinhos deste terroir, como Ambrosía, tem “um perfil tânico levemente intenso, conhecido como “tanino de tiza”, já que recorda a sensação que deixa a boca molhada com giz para escrever na lousa. Isso aporta o solo. O clima, por sua vez, influi sobre a característica aromática de fruta vermelha fresca e algo de especiarias na qual ressalta o tomilho”.

6. Imperfecto Malbec 2012, Bodega Tres 14 ($ 480). Em seu tempo livre, Daniel Pi também faz vinho. Este Imperfecto é um Malbec “contaminado com 3% de Cabernet Franc”, considerado pelo crítico inglês Tim Atkin como um dos 10 melhores blends da Argentina; para o crítico chileno Patricio Tapia, é o melhor vinho (o “eleito”) de Gualtallary. Vinho “cult” como El Enemigo, é um tinto suave mas complexo, com muitas capas de aromas e sabores; também, um vinho incrivelmente gastronômico, capaz de crescer à mesa.

7. Lagarde Guarda Chardonnay 2013, Bodega Lagarde ($ 250). Não somente grandes tintos saem de Gualtallary, este Chardonnay é um bom exemplo. “Elegemos Gualtallary para fazer este Chardonnay pela altura, o clima frio e o solo calcário que aporta mineralidade, e porque fizemos provas de vários solos e nos resultou que o vinho daqui foi incrível”, resume Sofía Pescarmona, da Lagarde. E está certo: é um branco de  grande frescor, boa acidez e um delicioso fundo cítrico.

8. Riglos Gran Cabernet Franc 2010, Bodega Riglos ($ 290). Todos os “grandes” vinhos desta bodega procedem da Finca Las Divas, em Gualtallary: o Gran Malbec, o Gran Cabernet Franc, o Gran Cabernet Sauvignon e o Gran Corte. Todos são grandes vinhos, mas elegemos o Cabernet Franc, que se destaca por sua elegância. E, quiçá, o mais clássico desta lista; oferece na taça todas as características que distinguem a Cabernet Franc, variedade que a célebre crítica de vinhos Jancis Robinson define como a “versão feminina da Cabernet Sauvignon”.

9. Zorzal Field Blend 2011, Zorzal Wines ($ 265). Blend de Cabernet Sauvignon (70%) e  Malbec (30%), este vinho elaborado por Juan Pablo Michelini (sim, outro Michelini enólogo; são quatro) e Andrea Mufatto é um tinto ágil e fácil de beber, mas também intenso e complexo, em que se destacam as notas picantes da Cabernet e as frutas vermelhas da Malbec. Pronta a sair a safra 2012 que, segundo seus elaboradores, segue o mesmo caminho da 2011, que obteve importante reconhecimento como o trophy (prêmio máximo) do Argentina Wine Awards (AWA).

 Fonte: http://www.lanacion.com.ar/1794997-nueve-vinos-para-descubrir-gualtallary

Texto publicado em 05.10.2015

Vinhos para harmonizar com pratos típicos de Natal e Ano Novo
Conheça restaurantes que não cobram taxa de rolha, e aproveite para levar o seu próprio rótulo!
(Visited 1.168 times, 1 visits today)

Category: Artigo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *