Os limites entre essas duas correntes têm se tornado confusos, mas há uma diferença entre a interpretação do Barolo modernista, que mostra cor mais profunda e fruta mais nítida, além de ser mais agradável quando jovem e o Barolo tradicional, que necessita de uma boa década ou mais para perder sua dureza tânica inicial. Como perceber a diferença na vinícola? Procure as barriques. Elas são a chave.
Giacomo Conterno em Monforte d’Alba, é um dos principais tradicionalistas de Barolo, e amadurece seus vinhos em grandes e velhos barris eslovenos de carvalho. “É importante evitar quaisquer outros taninos provenientes dos barris”, diz Roberto Conterno, produtor de vinho e sobrinho de Giacomo. O processo é tão natural quanto possível. “O resultado é uma camada complexa de sabores sutis, que evoluem e, com o tempo, mostram grande classe”, continua.
Enrico Scavino, da propriedade Paolo Scavino, em Castiglione Falletto, foi um pioneiro do modernismo. Na verdade um dos primeiros a quebrar as regras e experimentar as barriques. “As tentativas iniciais foram um desastre”, diz Scavino. “Eu estava a ponto de desistir, mas aí mudei para o carvalho francês. As barriques dão cor”. Scavino presenciou 55 colheitas em Langhe, e cada ano ele experimenta com pelo menos dez cubas diferentes. “O carvalho francês é mais adequado à Nebbiolo, dando-lhe taninos mais doces e refinados. Ele integra perfeitamente e permite que a tipicidade dos vinhos e seus terroirs venham à tona”, arremata. Fonte: O Grande Livro dos Vinhos – Publifolha – 1a. Edição – agosto/2012