Vitis CastellArgo Cabernet Franc DOC Friuli 2012

Ladeada em seu berço mais esplêndido que é Bordeaux pela majoritária Merlot e sufocada pela irmã glamurosa Cabernet Sauvignon, a Cabernet Franc com suas virtudes e limitações pode ser quase tomada por um “patinho feio” neste terroir clássico, salvando-se em exceções nobres como os majestosos Cheval Blanc, Ausonne e Angélus, na margem direita.

Se a Cabernet Franc não tem em si, um potencial para conferir um tal preenchimento de quesitos que tornem um vinho soberbo do ataque inicial ao retrogosto, por outro lado pode oferecer um tripé despretensioso que agrada o paladar, baseado em frescor, fruta e a “alegria” (como talvez dissesse o Chef Claude Troisgros) do traço condimentado nos melhores representantes.

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CARACTERÍSTICAS E FLEXIBILIDADES

A casta não ostenta qualidades no palato afeito aos grandes vinhos, com exceção de frutos de videiras muito velhas, daí a raridade de ícones de Cabernet Franc. Todavia, também é razoavelmente adaptável à terroirs diversos, em diversos países e climas, incluindo Brasil e Américas. Mas é exigente num sentido: jamais será capaz de dar bons vinhos se tiver colheitas de altos rendimentos, o que pode encarecer o plantio!

Na França, lhe é permitida pela natureza mostrar soberania no Vale do Loire, nas apelações Chinon, Anjou, Bourgueil e Saint-Nicolas de Bourgueil (vale a pena ao menos guardar o nome de Chinon, quando estiver pensando num vinho interessante e não caro, num restaurante). Nessa região costuma levar o nome de “Breton” e por isso também expressa-se como “bretonnant” todo vinho que exibe um caráter apimentado e vegetal, típico.

Chinon é talvez a mais confiável apelação para bons vinhos da casta. Na América do Sul, ao contrário do padrão repetitivo novomundista, atestei enorme variabilidade de qualidade de acordo com as safras, indo do inssosso ao excelente.

O QUE ESCONDE UM VINHO DE CABERNET FRANC?

Antes de mais nada: a variação de terroir trará disparidades consideráveis!

Coloração tradicional de média concentração.

Aromas frutados intensos com toques apimentados e alguns traços vegetais que podem variar do tolerável ao excessivo.

Sob cuidados especiais como os baixos rendimentos dá vinhos que podem ter boa concentração de fruta, acidez refrescante, taninos arredondados e um final saboroso e picante. Se não tão bom, tende ao diluído e ás vezes áspero.

Excelente opção para vinhos do dia-a-dia, são gastronômicos por natureza e pela própria simplicidade, muito versáteis. Vão bem com “tábuas de frios”, fondues (para os que preferem os tintos nesse caso), queijos diversos, carnes brancas (galetos assados) e vermelhas (há receitas clássicas do Loire em que acompanha peixes!), pizzas (sobretudo as que contém linguiças). Texto de André Logaldi publicado em 01.10.2012 no Blog do Jeriel

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Degustação –

Vitis CastellArgo Cabernet Franc DOC Friuli 2012 – Álcool: 12,5% – Região: Treppo Grande/Udine/Friuli – vermelho rubi com reflexo violáceo. Nariz complexo com notas florais (violetas) e balsâmicas (eucalipto), especiarias, frutas negras (ameixas) sobre um fundo mentolado. Cumpre na boca o que promete no nariz: leve, balanceado, macio, acidez equilibrada com taninos presentes de qualidade superior. Retrogosto com notas achocolatadas. Seu estilo conjuga elegância com concentração. Avaliação: 87/100 pts.

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