O tinto “El Incidente” é a verdadeira aposta da Viu Manent na Carménère, variedade emblemática do Chile. Embora já tenha desaparecido no Velho Mundo (pouco se tem notícia dela, principalmente após o ataque da filoxera em meados do século 19, sendo redescoberta acidentalmente, no Chile, no início de 1990), encontrou terroir perfeito no país andino.
El Incidente é o fato ocorrido “após lendário voo de balão alguns amigos sobre os nossos vinhedos de Colchágua. A viagem terminou inesperadamente quando pousamos no meio de um mercado ao ar livre na cidade de Santa Cruz“, conta José Miguel Viu. Tal fato ocorreu no dia 8 de abril de 2006, 19:15 horas, na Vinícola Viu Manent, Vale de Colchágua, Chile. A bela vista sobre os vinhedos e a calmaria do ar foi de tirar o fôlego. Até mesmo “o incidente” valeu como experiência. Tal acidente está graficamente explicado no rótulo.
A segunda safra do El Incidente é 2008. O vinho é baseado na Carménère (aproximadamente 87%), Malbec (11%) com um pouco de Petit Verdot (2%) incluídas no blend para dar maior complexidade e frescor. É um vinho “ícone” que carrega todas as características picantes da Carménère. Apresenta sabores de geleia de amora, chocolate e café que se destacam no paladar de perfil complexo e refinado. Amadurecido em barricas de carvalho francês (97%) e americanas (3%) durante 23 meses, logo depois foi engarrafado sem filtrar para conservar toda sua concentração e caráter. Já o 2011 foi amadurecido em carvalho francês por 17 meses. 64% em barricas novas e 34% restante, de segundo, terceiro e quarto uso. O engarrafamento se realizou sem filtrar para conservar toda sua concentração e caráter.
Degustação –
Viu Manent El Incidente Carménère 2011 – álcool: 15% – região: Colchágua/Santa Cruz/La Capilla – Variedades: Carménère (91%), Malbec (7%) e Petit Verdot (2%) – importador: Hannover – preço: R$ 276,64 – Vermelho-rubi intenso, profundo com reflexo púrpura. Apresentou exuberantes aromas de violetas, café torrado, pimenta negra, baunilha sobre um fundo especiado. Na boca a sua entrada revela um vinho quente, solidamente estruturado, concentrado e que acaricia o palato com sua profusão de taninos finos e elegantes. Seu perfil é verdadeiramente complexo e refinado. Seu frescor é proporcionado por sua boa acidez e abundância de frutas vermelhas que tem como contraponto sua mineralidade. Intenso, profundo e persistente termina redondo e promete boa evolução na garrafa nos próximos cinco anos, no mínimo. Um dos melhores Carménères provados por quem escreve essas linhas ao longo de 2014. Altamente recomendado. Avaliação: 91-92/100 pts. +