Conheça os vencedores do primeiro “Wine In” São Paulo: dois vinhos brasileiros e um chileno

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Na noite de 23 de agosto de 2013, tivemos oportunidade de participar da última degustação do concorrido evento “Wine In São Paulo”, idealizado por Breno Raigorodsky e Domingos Meirelles, com apoio da CH2A Assessoria de Imprensa, no Centro de Eventos da Fecomércio de São Paulo, na Rua Dr. Plínio Barreto 285, Bela Vista. Foram degustados, às cegas, seis vinhos argentinos, cinco brasileiros e quatro chilenos, escolhidos numa prova anterior por abalizados degustadores, sempre “às cegas”.

A seguir a lista dos vinhos degustados:

Don Abel Rota 324 Cabernet Sauvignon 2011 – Serra Gaúcha

Morandé Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2009 – Vale do Maipo/Chile

Alma Única Shiraz 2011 – Serra Gaúcha

Clos de Los Siete 2009 – Mendoza/Argentina

Pulenta Cabernet Sauvignon 2010 – Mendoza/Argentina

Viña Alicia Paso de Piedra Cabernet Sauvignon 2009 – Mendoza/Argentina

Achaval Ferrer Malbec 2011 -Mendoza/Argentina

Pizzato Merlot DNA 1999 safra 2008 – Serra Gaúcha

Miolo Lote 43 2011 – Serra Gaúcha

Errazuriz Max Reserva Carménère 2011 -Vale de Aconcágua

Decero Remolinos Vineyard Cabernet Sauvignon 2010 – Mendoza/Argentina

RAR Cabernet Sauvignon-Merlot 2008 – Campos de Cima da Serra – RS

Montes Twins Cabernet Sauvignon Malbec 2011 – Colchágua

Kaiken “Terroir Series” Malbec-Bonarda e Petit Verdot 2011 – Mendoza

Ramirana Syrah-Carménère 2009 – Vale de Colchágua

 

Os vitoriosos: em primeiro o Lote 43, em segundo Pizzato e em terceiro Max Reserva Errazuriz Carménère
Os vitoriosos: em primeiro o Miolo Lote 43, em segundo Pizzato Merlot e em terceiro Errazuriz Max Reserva Carménère

Os cinco primeiros vinhos escolhidos pelos degustadores em ordem decrescente:

5°)Clos de Los Siete 2009 – Mendoza/ARGENTINA – preço: R$ 94 (Grand Cru)

4°)Kaiken “Terroir Series” Malbec-Bonarda e Petit Verdot 2011 – Mendoza/ARGENTINA – preço: R$ 61,60 (Vinci)

3°)Errazuriz Max Reserva Carménère 2011 – Vale de Aconcágua/CHILE – preço: R$ 100,53 (Vinci)

2°)Pizzato Merlot DNA 1999 safra 2008 – Serra Gaúcha/BRASIL –  preço: R$ 116 + 52 de frete para São Paulo www.vinhosesabores.com.br – preço final: R$ 168

1°)Miolo Lote 43 2011 – Serra Gaúcha/BRASIL – preço: R$ 105 (wine.com.br) + R$ 25 de frete para São Paulo = preço final: R$ 130

Os ganhadores
Os ganhadores, Miolo e Pizzato

Os escolhidos por este blogueiro em ordem decrescente:

14° Don Abel Rota 324 Cabernet Sauvignon 2011 – Serra GaúchaBrasil

13° Morandé Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2009 – Vale do Maipo  – Chile

12° Achaval Ferrer Malbec 2011 -Mendoza – Argentina 

11° Errazuriz Max Reserva Carménère 2011 -Vale de Aconcágua – Chile

10° Viña Alicia Paso de Piedra Cabernet Sauvignon 2009 – Mendoza -Argentina

9° Alma Única Shiraz 2011 – Serra Gaúcha – Brasil

8° Clos de Los Siete 2009 – Mendoza – Argentina  

7°  Miolo Lote 43 2011 – Serra Gaúcha – Brasil

6° Montes Twins Cabernet Sauvignon Malbec 2011 – Colchágua – Chile

5°  Pulenta Cabernet Sauvignon 2010 – Mendoza – Argentina

 Kaiken “Terroir Series” Malbec-Bonarda e Petit Verdot 2011 – Mendoza-Argentina

A seguir o  “pódio” deste escriba:

3°)Pizzato Merlot DNA 1999 safra 2008 – Serra Gaúcha/Brasil –

2°)Ramirana Syrah-Carménère 2009 – Vale de Colchágua/Chile –

1°)Decero Remolinos Vineyard Cabernet Sauvignon 2010 – Mendoza/Argentina

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Os campeões da peleja segundo os jurados:

3° Errazuriz Max Reserva Carménère 2011 -Vale de Aconcágua – CHILE 

2° Pizzato Merlot DNA 1999 safra 2008 – Serra Gaúcha – BRASIL

1° Miolo Lote 43 2011 – Serra Gaúcha – BRASIL

 

Conclusão

O primeiro Wine In realizado em São Paulo foi absoluto sucesso. A idéia de trazer críticos estrangeiros, realizar uma feira com os principais produtores nacionais e ao final, um concurso no qual exemplares nacionais enfrentaram vinhos argentinos e chilenos de procedência comprovada foi um fato no mínimo alvissareiro e saudável. Tudo muito bem organizado, com diversas palestras durante o evento para atrair atenção do público. E quem foi lá não se decepcionou, ao contrário, o participante pôde aferir de perto a qualidade alcançada por alguns produtores nacionais, que elaboram caldos esmerados que nada ficam a dever a alguns festejados rótulos Sul-americanos. A única observação que podemos fazer, todavia, que tanto o Pizzato DNA 99 safra 2008 como o Miolo Lote 43 safra 2011, respectivamente segundo e primeiro colocados do “Challenge”, caldos representativos do que melhor se produz no Brasil, de produção reduzida estão numa faixa de preço praticamente inacessível do grande público, eis que aqui em SP custam aproximadamente R$ 150 (O Miolo Lote 43 2011 pode ser adquirido por R$ 89,75 na internet através do portal www.wine.com.br para quem for associado; para não associado custa R$ 105 acrescido de R$ 25 de frete, totalizando R$ 130). O terceiro colocado, o chileno Max Reserva Carménère também não custa barato: R$ 100,53 (Vinci). O quarto Kaiken Terroir Séries 2011 (blend da Argentina) custa R$ 61,60 no mesmo importador e finalmente o quinto colocado, o conhecido Clos de Los Siete 2009 também está abaixo dos R$ 100 porque custa R$ 94 (Grand Cru). Para o leitor ter noção do descompasso do preço do produto nacional em relação ao importado (sim estamos cientes de que os vinhos chilenos e argentinos têm tratamento tributário privilegiado por conta dos acordos do Mercosul), os vinhos que ocuparam o “meu pódio” custam respectivamente: 3° lugar – Pizzato Merlot DNA 99 2008  – R$ 187,90 na Costi Bebidas;  2° lugar – Ramirana Syrah-Carménère 2009 – Vale de Colchágua – Chile – R$ 67,20 (Bacco’s); 1° lugar – Decero Remolinos Vineyard Cabernet Sauvignon 2010 – Mendoza/Argentina – Ana Import – R$ 79, ou seja, os únicos que ultrapassaram com folga a casa dos R$ 100 foram os exemplares nacionais, uma pena custarem tanto! Outro aspecto a ser salientado é que a variedade franco-chilena Carménère, detestada por degustadores mais experientes (sim até pouco tempo atrás quem elogiasse essa casta era visto com desconfiança) se fez presente no terceiro vinho, de produtor sério que tem vários Carménères no seu portfólio, em todos níveis de preço. Aqui também não seremos condescendentes: seu preço, na casa dos R$ 100, não é nada convidativo!

Alguns dos participantes
Alguns dos participantes – jurados da degustação

Enfim, o resultado da degustação para este escriba não constituiu nenhuma novidade. Que o Brasil produz grandes vinhos no mesmo nível de seus vizinhos (uma pena que os vinhos uruguaios não tenham participado do certame) é fato sabido e consabido. A grande questão é: quando os bons vinhos brasileiros irão custar o mesmo ou até menos do que seus similares estrangeiros, notadamente os do Cone Sul? A questão está lançada. Anos atrás dizíamos que o Brasil tinha um longo caminho a percorrer. Hoje nota-se que já percorremos parte do caminho, eis que a degustação de 23.08 pode ser considerada um marco, eis que atestou que os nossos vinhos realmente podem competir internacionalmente, mas internamente, alguns ajustes na precificação de alguns exemplares necessitam ser feitos para que sejam mais competitivos. Encerramos parabenizando os organizadores pela iniciativa pioneira que, pelo visto, veio para ficar e integrar o calendário de eventos da vinosfera paulistana. Saúde!

 

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14 comments

  1. Jeriel obrigado pelos comentários elogiosos e francos. Quanto aos preços um reparo necessário – a escolha dos participantes brasileiros foi feito a partir das indicações do Anuário Baco, do Guia Adega do Vinho Brasileiro e do penúltimo número da revista Prazeres da Mesa, tentando fugir ao máximo de critérios mais facilmente criticáveis. Eram 20 vinhos em cada faixa de preço, que foram submetidos a uma prévia que escolheu os cinco brasileiros. Entre aqueles tinha vinhos de R$60,00 a R$200,00. Quanto aos argentinos e chilenos, o Clos de Los Siete entrou por conta da indicação incomparável da equipe de críticos de vinho do jornal Le Monde, que em setembro o colocou como uma das 10 melhores compras fora da França que se tem. A maioria dos outros foi indicada pelo Descorchados, sempre acima de 90 pontos ou pelo Robert Parker, igualmente acima dos 90 pontos. Vinhos como o Achaval Ferrer de prestígio inabalável entrou porque estava a R$88,00 em promoção no Empório Sta Maria. Quando decidimos a faixa acima de R$50,00 decidimos por uma ampla faixa de preços, pretendendo contudo deixar de fora os maiores vinhos dos países vizinhos, que no mercado brasileiro passam – muitas vezes – dos R$500,00…
    É isso, não sei se vim explicar ou complicar ainda mais!!!

    1. Breno

      Não discordo de sua linha de argumentação. Acredito mesmo que os vinhos foram criteriosamente escolhidos. Só que fiz uma pesquisa na internet e pasme: achei Pizzato DNA 99 na primeira pesquisa por R$ 251,60 – safra 2005. Logo em seguida encontrei por R$ 187,90 o 2008. O Miolo Lote 43 2011 passa facilmente dos R$ 100 aqui em SP. No Club Wine custa R$ 105 + frete. Então, o que ainda falta para o vinho brasileiro é que, se já podemos afirmar que tem qualidade, são preços competitivos. Os produtores precisam trabalhar com margens de lucro realistas e lutar pela isenção/diminuição dos impostos do vinho. Do contrário, continuarei ouvindo no supermercado aquilo que até você já deve ter visto e ouvido: gente comprando vinhos argentinos e chilenos porque custam bem menos… ou gente falando que o vinho brasileiro tem qualidade inferior aos produtos estrangeiros. Enfim, a degustação serviu para deixar evidenciado que os nossos vinhos têm boa qualidade. Isso já é uma grande evolução, mas ainda acredito que há um caminho a ser percorrido e vai depender mais do esforço dos produtores do que da boa vontade dos consumidores.Mas reitero que o Wine In pode ser o começo dessas mudanças…

      att

      Jeriel

      1. Jeriel, veja que voce esta comparando precos de colheitas diferentes . O dna99 nao é elaborado todo ano. Teve o 2005 e o 2008 apenas até agora. Logo, é natural a diferenca de preco do 2005, principalmente porque o mesmo foi vendido a conta-gotas e com preco diferenciado até a chegada do 2008, o qual pode ser encontrado na faixa de R$115. Veja a resposta abaixo.

        1. Flávio,

          Fiz uma simulação na loja mencionado por você e o custo do vinho sai por R$ 116 acrescidos de R$ 48 de frete resultando em R$ 164. Aqui em São Paulo, encontro o vinho entre R$ 140 – R$ 150. O vinho que ganhou da safra 2008 custa menos porque tem mais oferta. O 2005 já deve ter se esgotado por isso que custa mais. Aliás eu sei que o DNA só é produzido em algumas safras assim como o Lote 43.

  2. Sobre os preços do DNA99 2008, uma procura mais ampla trará preços mais reais como R$116 na Vinhos e Sabores (http://www.vinhosesabores.com.br/produto/detalhe/499-Vinho-Tinto-Pizzato-DNA-99-Single-Vineyard-Merlot-Safra-2008-750-ml) e/ou na própria Pizzato onde pode ser comprado ao mesmo preço aproximadamente.

    Nao temos certeza, mas pode ser que o preço DNA99 citado como sendo na faixa de R$190 seja o da colheita 2005 e nao o da 2008.

    Flávio: já respondi acima. A loja cobra absurdos R$ 48 de frete para uma garrafa.

  3. Fiquei surpreso por ter poucos vinhos chilenos em melhores colocações. Vou degustar ( e beber kk ) o lote 43 da miolo. Apesar de gostar de vinhos encorpados (chilenos )vou mudar o foco para vinhos Brasileiros e
    Argentinos

    Linduarte

  4. Desde a muitos anos defendo o vinho brasileiro de qualidade; principalmente o de pequenos produtores, e provas como esta em que vinhos e espumantes nacionais vão para o pódio,estão ficando corriqueiras.
    O grande problema do bRasil somos nós, são os produtores que assistem calados o roubo dos impostos abusivos onde cerca de 500 ml de uma garrafa de 750 ficam para o governo. E as ovelhas se calam. Dá nojo!

  5. Jeriel,
    Fico feliz em ver que em sua avaliação o Decero Cabernet Sauvignon 2010 (R$ 86,90) importado pela Ana Import, e que está a venda a um preço abaixo dos demais eleitos pela Wine in, ficou em primeiro lugar. É um vinho que me encanta e tem um preço bastante justo.

  6. Acho particularmente interessante o assunto da questão tributária imposta sobre o setor vinícola. Não faz mesmo sentido uma carga tão elevada ao vinho sendo que uma aguardente tem menor carga, e muito menor. De qualquer forma, achamos o WineIn um evento muito interessante, reunindo em SP produtores e especialistas do mundo do vinho do Brasil e do Exterior, tratando do assunto com seriedade, em seus mais diversos aspectos, como legislação, comércio exterior, marketing e outros aspectos. Para nós da Millennium Traduções foi uma grande satisfação participar com a tradução simultânea deste evento que com certeza contribuiu para o setor vinícola do Brasil.

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