Firmado acordo de equivalência de produtos orgânicos do Brasil e do Chile

Acordo entre CHILE e BRASIL para comércio bilateral de PRODUTOS ORGÂNICOS é o ponto alto da participação chilena na BIOFACH AMERICA LATINA –

 

Cerca de 9 empresas produtoras de vinhos e frutas e 5 associações do segmento de orgânicos estarão no estande da ProChile durante a feira Biofach America Latina, afim de reforçar o cenário promissor que se abre para os dois países no comércio de produtos orgânicos chilenos e brasileiros.

 

O Fórum Internacional de Produção Orgânica e Sustentável – Seminário de palestras faz parte da programação desta 15a edição e no dia 06 de junho de 19 às 14 horas, será realizado um debate sobre o acordo Chile – Brasil de certificação Orgânica. Participará dessa mesa redonda Virginia Lira (MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Francisca Alvear Hernandez – técnica e Domingos Rojas – subdiretor ambos do SAG (Servicio Agricola Ganadero), além de Maria José Campos (agregada agrícola do Chile no Brasil).

(Maio, 2019) A participação do Chile na 15a edição da feira Bio Brazil Fair | Biofach América Latina, considerada o grande encontro anual do mercado orgânico no país e maior evento de negócios do setor na América Latina – vai girar em torno do recente acordo bilateral firmado entre os dois países para comércio e exportação de produtos orgânicos brasileiros e chilenos, visando o incremento deste setor. O evento acontece de 5 a 8 de junho no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.

Dados divulgados recentemente pela ProChile, instituição responsável pelo comércio exterior do Chile, registram volume de exportação de produtos orgânicos chilenos para o Brasil da ordem de US$ 1,74 milhão, em 2018, e cerca de US$ 1.016 milhão em alimentos gerais para o país. Na pauta, destaque para a exportação de vinhos chilenos Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Carménère, Sauvignon Blanc, Chardonnay e vinhos tintos e brancos de corte (mescla de cepas variadas) que registraram crescimento expressivo, ao lado de plantas medicinais, muitos dentre eles,  chegando a mais de 3 dígitos. Para o mundo, as exportações chilenas de produtos orgânicos alcançaram a marca de US$ 285 milhões, em 2018.

Firmado recentemente, o acordo de equivalência de produtos orgânicos do Brasil e do Chile entrará em vigor a partir desse mês, e permitirá o incremento do comércio entre os dois países neste setor. Segundo empresários chilenos e brasileiros, esta aliança é um marco para se começar grandes novos acordos e negócios entre Brasil e Chile. Os trâmites para a formalização da aliança começaram a ser tratados há seis anos, e representam o fim de barreiras para o reconhecimento da certificação brasileira no capítulo dos orgânicos, pelo Chile, com reciprocidade do Brasil no que tange aos produtos chilenos. O acordo abrange inicialmente produtos de origem vegetal, e prevê no futuro a inclusão de outras áreas como a pecuária e políticas públicas que fomentam a produção orgânica.

Produtores brasileiros não precisarão mais contratar certificadoras credenciadas no Chile para inspecionar as unidades de produção daquele país, o que impacta em menos custos. A aliança também beneficiará os pequenos e médios produtores, abrindo uma janela para a exportação de seus produtos, e eliminando os custos com certificação para a comercialização. A mesma regra valerá para os produtores chilenos.

Outro ganho importante para os produtores brasileiros é que o Chile aceitou os Sistemas Participativos de Garantia da Qualidade Orgânica. Nesses sistemas são formados grupos de produtores, que desenvolvem modelos de controle da qualidade com visitas e verificações nas áreas de produção. Com isso, a responsabilidade da certificação é compartilhada entre os próprios produtores. O sistema participativo também permite a divisão dos gastos, reduzindo o custo de produção.

A norma chilena, assim como a brasileira, reconhece a certificação participativa da mesma maneira que a certificação por auditoria (feita pelas certificadoras privadas), uma inovação no trânsito de produtos importados, pois os demais países só reconhecem a certificação por auditoria. A expectativa é de que haja um aumento no comércio de produtos orgânicos em geral de ambos os países, já que o acordo tem como principais objetivos a promoção de ações que visem facilitar o comércio, bem como iniciativas e políticas que estimulem o desenvolvimento da produção orgânica chilena e brasileira, mantendo uma comunicação fluida e colaborando mutuamente em questões de controle.

Além de produtos vegetais e processados, o acordo também inclui na pauta o item vinhos, e da mesma forma, estabelece o reconhecimento dos sistemas de certificação e controle para a produção orgânica dos dois países no setor viticultor, permitindo que os produtos sejam exportados e comercializados tanto no Chile quanto no Brasil.

Com o objetivo de começar e simplificar a operação, haverá um período de transição e adaptação, onde poderão ser utilizados rótulos com selo orgânico chileno ou selo orgânico brasileiro. O acordo terá duração de cinco anos, sendo renovado automaticamente por períodos iguais.

Orgânicos: uma promissora porta que se abre entre Chile e Brasil –

Dados do ministério da Agricultura do Chile dão conta de grandes oportunidades de comércio de produtos orgânicos chilenos como frutas frescas, maçãs, kiwis, frutas secas, cranberry, frutas congeladas e polpa. Mas quem ocupa posição de destaque no ranking dos orgânicos exportados para o Brasil são os vinhos chilenos, ficando atrás somente do azeite de oliva.

Maçãs, suco de maçã, plantas medicinais e frutas vermelhas congeladas também se incluem no rol de produtos orgânicos chilenos importados pelo Brasil, que ocupa atualmente a 16a posição entre os países que importam tais produtos do Chile.

Cerca de 95% da produção de orgânicos no Chile é exportada. Nesse contexto, se destacam frutas e hortaliças congeladas, conservas, polpas de frutas e hortaliças; vinho, azeite de oliva, frutas e hortaliças desidratadas. As frutas ocupam o segundo lugar no ranking, com destaque para mirtilos e maçãs, e em menor escala, os kiwis. A maior concentração da produção orgânica situa-se na Região dos Rios (29%), seguida do Maule  (22,9%) e em terceiro lugar, a região de Bio Bio ( 20,5%).

Seis de cada dez consumidores brasileiros adquirem produtos orgânicos – cerca de 15% da população urbana, segundo dados pesquisados no ano passado. Cana de açúcar, arroz, café, castanha, cacau, palmito e mel, entre outros, são os principais produtos brasileiros na pauta orgânica da exportação.

Fonte: Juliette Tartarin

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